O amor que pulsa em mim…


De onde vêm o amor? Quem será que nos alegra com o prazer de senti-lo nesta vida? Entre rosas, perfumes doces e beijos sempre me pergunto de onde surgiu o amor, quando passei a amar e o que isso significa. Amar sempre foi fácil, amá-lo sempre foi, mas nunca entendi o processo de amar. Eu sei o que amo nele, eu sei o que sinto, sei o que me atraí, mas não entendo como um sentimento assim pode ser real. Eu não vejo o amor, não o toco, mas sinto as lágrimas em meus olhos de felicidade ao estar com quem amo, como imaginava nos meus sonhos adolescentes. Claro que já sofri por amor, mas sempre foi como um longo sofrimento pomposo, pois sempre achei bonito sofrer de amor. A verdade é que eu queria sangrar pelo amor que sentia, fazê-lo real. Eu queria que todos vissem eu amar, seria, então, o amor meu coágulo. Eu viveria e morreria por amor, eu doaria meu corpo e alma, minhas vísceras se enrolariam ao redor de meu coração, apenas para torná-lo maior e capaz de sustentar tal sentimento úmido e viscoso. Seria o meu amor, meu órgão vital?

Lembro-me de quando ganhei a primeira rosa vermelha, no meu aniversário de 17 anos, quando acordei com a chegada de meu namorado em meu quarto, dizendo que havia preparado um café especial para mim. Eu nunca me livrei dela, a mantive por meses embaixo de livros pesados e intermináveis, até colocá-la em um quadro de vidro. Morta como eu, atropelada pelo tempo, mais ainda bela como nunca. À vejo como um material do amor, do amor dele por mim. Seria o meu amor um fruto do amor dele? Um resultado de sua admiração, seu sorriso, sua gentileza, seu toque, seus beijos ternos e, às vezes, nada delicados… Uma rosa incrivelmente bela, escondendo espinhos afiados.

Acho que aprendi a amá-lo até sair do meu controle e tornar-se um veneno vicioso, com gosto de cereja, embriagante, delicioso e perigoso, contaminando meu sangue com toda a minha permissão. Seria esse amor a minha droga? O vício mais encantador de todos… Rosas, beijos, perfumes doces e cerejas. Só sei que quero amar, até que meu corpo torne-se amor, por completo. Cada pedaço da minha carne e cada gota de fluido fisiológico encantam-se com o amor. Anseio-o como um bêbado por um gole de cachaça. Por isso, amarei eternamente o mesmo homem, lhe darei beijos quando chorar, deitarei-o em meu colo para lhe acariciar os cabelos curtos, depositarei doces beijos em seu rosto, comprarei presentes e escreverei cartas de amor como uma eterna adolescentes de 17 anos ao receber rosas pela primeira vez.

Eu não sei de onde vem o amor, mas o alimentarei como um filho, deixarei que floresça em terra morta, como a que sou. Deixarei-me ser amada eternamente, em meus sonhos, até que minha alma melancólica e desolada floresça novamente, como uma nova rosa. Seria meu amor, meu eterno presente? Seria ele, o homem ao meu lado quando não houver mais ninguém? Quando o monstro dentro do meu fígado nascer das pílulas fortes que tomo todos os dias, me levando a um leito de hospital pela segunda vez, estaria ele ao meu lado novamente? Jogando jogos, comendo escondido, limpando minhas lágrimas salgadas com ternura. Talvez não seja meu amor, ou amor dele, talvez seja nosso e seja o destino. Seria este amor, o meu destino? Seria ele o que me mantém?


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